terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O ASSALTO

Hoje aniversário da minha querida São Paulo, Parabéns!!!! E para nos brindar, está ensolarada, quase no mesmo tom de azul de Lisboa, e com cara de domingo. Em seu aniversário podemos dizer que há algo de diferente no ar, sinto que será um ano de muitas transformações, com águas nervorsas, emoções fortes e sem dúvida, será o palco e o foco de muitas novidades.

O Sol está no signo de Aquário, a lua na sua fase minguante no signo de Escorpião, aonde ficará por dois dias, portanto precisamos ter cuidado na nossa comunicação, podemos "sem querer" picar quem está por perto.

Hoje por ser feriado em São Paulo e descanso da companhia...não haverá programa de rádio online, mas na semana que vem, tenho um convidado especial o Artista Plástico e Arquiteto Claudio Gianfardoni, e para você não perder marque na sua agenda, 3a feira, dia 1 de fevereiro às 12hs45m na www.radiopax.com.br ou acesse também por http://porvoceonline.blospot.com .


Claudio Gianfardoni e Deborah Jazzini - Rádio Pax

Prestar atenção em si e nos seus pensamentos hoje é importante, pois temos um arcano do Petit Lenormand que é o Anel, carta que mostra a ligação com o Pai e o início de uma jornada pessoal.

Tente hoje dar qualidade a sua alimentação, tomar um banho mais demorado e se possível, ouça uma boa música...e se delicie com esse texto abaixo de um dos meus autores prediletos Luís Fernando Veríssimo.

Excelente dia à todos!

Deborah Jazzini
www.porvoce.com.br



- Alô? Quem tá falando?
- Aqui é o ladrão.
- Desculpe, a telefonista deve ter se enganado, eu não queria falar com o dono do banco. Tem algum funcionário aí?
- Não, os funcionário tá tudo refém.
- Há, eu entendo. Afinal, eles trabalham quatorze horas por dia, ganham um salário ridículo, vivem levando esporro, mas não pedem demissão porque não encontram outro emprego, né? Vida difícil... Mas será que eu não poderia dar uma palavrinha com um deles?
- Impossível. Eles tá tudo amordaçado.
- Foi o que pensei. Gestão moderna, né? Se fizerem qualquer crítica, vão pro olho da rua. Não haverá, então, algum chefe por aí?
- Claro que não mermão. Quanta inguinorânça! O chefe tá na cadeia, que é o lugar mais seguro pra se comandar assalto!
- Bom... Sabe o que é? Eu tenho uma conta...
- Tamo levando tudo, ô bacana. O saldo da tua conta é zero!
- Não, isso eu já sabia. Eu sou professor! O que eu queria mesmo era uma informação sobre juro.
- Companheiro, eu sou um ladrão pé-de-chinelo. Meu negócio é pequeno. Assalto a banco, vez ou outra um sequestro.. Pra saber de juro é melhor tu ligá pra Brasília.
- Sei, sei. O senhor tá na informalidade, né? Também, com o preço que tão cobrando por um voto hoje em dia... Mas , será que não podia fazer um favor pra mim? É que eu atrasei o pagamento do cartão e queria saber quanto vou pagar de taxa.
- Tu tá pensando que eu tô brincando? Isso é um assalto!
- Longe de mim pensar que o senhor está de brincadeira! Que é um assalto eu sei perfeitamente; ninguém no mundo cobra os juros que cobram no Brasil. Mas queria saber o número preciso: seis por cento, sete por cento?
- Eu acho que tu não tá entendendo, ô mané. Sou assaltante. Trabalho na base da intimidação e da chantagem, saca?
-Ah, já tava esperando. Você vai querer vender um seguro de vida ou um título de capitalização, né?
- Não... Já falei... Eu sou... Peraí bacana... Hoje eu tô bonzinho e vou quebrar o teu galho.
(...um minuto depois)
- Alô? O sujeito aqui tá dizendo que é oito por cento ao mês.
- Puxa, que incrível!
- Incrive por quê? Tu achava que era menos?
- Não, achava que era mais ou menos isso mesmo. Tô impressionado é que, pela primeira vez na vida, eu consegui obter uma informação de uma empresa prestadora de serviço pelo telefone em menos de meia hora e sem ouvir 'Pour Elise'.
- Quer saber? Fui com a tua cara. Acabei de dar umas bordoadas no
gerente e ele falou que vai te dar um desconto. Só vai te cobrar quatro por cento, tá ligado?
- Não acredito! E eu não vou ter que comprar nenhum produto do banco?
- Nadica de nada, já tá tudo acertado!
- Muito obrigado, meu senhor. Nunca fui tratado dessa...
(de repente, ouvem-se tiros e gritos)
- Ih, sujou! Puliça!
- Polícia? Que polícia? Alô? Alô?
(sinal de ocupado...)
- Droga! Maldito Estado: quando o negócio começa a funcionar, entra o Governo e estraga tudo!


Luís Fernando Veríssimo

Nenhum comentário:

Postar um comentário