terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Falar mal dos outros






Certa vez, uma jovem foi ter com o bom homem, São Filipe Neri, para confessar seus 



pecados. Ele já conhecia muito bem uma de suas falhas: não que ela fosse má, mas 


costumava falar dos vizinhos, deduzindo histórias sobre eles. Essas histórias passavam de 


boca em boca e acabavam fazendo mal – sem nenhum proveito para ninguém.


São Filipe lhe disse:

– Minha filha, você age mal falando dos outros; tenho que lhe passar uma penitência. Você 



deverá comprar um saco de penas no mercado e depois caminhar para fora da cidade. 


Enquanto for andando, deverá pegar as penas e ir espalhando-as. Não pare até ter jogado 


todas as penas. Quando tiver feito isso, volte e me conte.

Ela pensou com seus botões que era mesmo uma penitência muito singular! Mas não objetou. 


Comprou o saco de penas, saiu caminhando e jogando as penas, como ele lhe dissera. Depois, 


voltou e reportou a São Filipe.



– Minha filha – disse o Santo –, você completou a primeira parte da penitência. Agora vem o 


resto.

– Sim, o que é, padre?


– Você deverá voltar pelo mesmo caminho e catar todas as penas.

– Mas, padre, é impossível! A esta hora, o vento já as espalhou em todas as direções. Posso 


até conseguir algumas, mas não todas!

– É verdade, minha filha. E não é isso mesmo que acontece com as palavras tolas que você 


deixa sair da sua boca? Não é verdade que você inventa histórias que vão sendo espalhadas 


por aí, de boca em boca, até ficarem fora do seu alcance? Será que você conseguiria segui-las 


e cancelá-las, se desejasse?

– Não, padre.

– Então, minha filha, quando você sentir vontade de dizer coisas indelicadas sobre as 


pessoas, feche os lábios. Não espalhe essas penas maldosas pelo seu caminho pois nunca mais 


poderá recolhe-las.

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