quinta-feira, 24 de março de 2011

Baby steps

A vida moderna nos leva a desejar o tempo por inteiro, utilizado ao limite. E isso nos leva à ansiedade e à angústia. Passamos a incentivar a cultura do fast.
O fast food das refeições, o fast track das decisões, o fast love dos relacionamentos.



Bebês não sabem nada de ansiedade e angústia. Hedonistas por natureza, vivem o momento presente. Quando descobrem que é possível equilibrar-se apenas com as pernas, enxergando o mundo sob outra perspectiva, alcançando objetos antes inatingíveis pelo engatinhar, colocam-se teimosamente a praticar. Insistem, persistem, não desistem. Entre uma queda e outra, a obstinação pelo objetivo traçado. E a certeza do cumprimento da meta: andar.

Passos de bebê. Está é a lição que devemos aprender. Com eles e com suas mães. Porque as mulheres sabem como dosar a ponderação. Talvez os nove meses de espera as tenham ensinado a virtude da paciência. Talvez as dores do parto as tenham ensinado o poder da resignação. Talvez a responsabilidade da amamentação na calada da noite as tenha ensinado o significado da tolerância.

Os relacionamentos mais estáveis e os sentimentos mais verdadeiros são cultivados e conquistados. São como uma semente que necessita de água periodicamente para florescer e frutificar. Assim o são o respeito, a admiração e a confiança.


Passos de bebê para cuidar da saúde, do autodesenvolvimento e da vida profissional.


E passos de bebê para a vida pessoal e espiritual, porque o amor e a fé são ainda mais apreciáveis quando desenvolvidos em vez de apenas impostos, quando construídos em vez de meramente herdados e quando sentidos em vez de simplesmente compreendidos.

texto de Tom Coelho

Nenhum comentário:

Postar um comentário