quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Namorar, por Arnaldo Jabor

Namorar - Por Arnaldo Jabor 






"Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos 


bares, levanta os braços, sorri e dispara: 'eu sou de ninguém, 




eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também'. No 


entanto, passado o 


efeito do whisky com 


energético e dos 


beijos 


descompromissados, 


os adeptos da geração 


´tribalista´ 


se dirigem aos 


consultórios 


terapêuticos, ou 


alugam os 


ouvidos do amigo mais .........próximo e reclamam de solidão, 


ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A 


maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja 


seu. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do 


bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para 


comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os 


ingredientes vão além do descompromisso, como: não 


receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se 


está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma 


pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, 


etc, etc. Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo 


das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com 


chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, 


roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, 


carinho e amor. Namorar é algo que vai muito além das 


cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é 


telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia para 


ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém 


para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão 


para enxugar lágrimas, enfim, é ter 'alguém para 


amar'.Somos livres para optarmos!E ser livre não é beijar na 


boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se 


permitir viver um sentimento..."

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