Recebi muitos e-mails com vários textos a respeito do dia das mães. E as mensagens são sem dúvida, uma mais linda e mais elaborada do que a outra, de coração aberto e emocionantes.
Embora eu não tenha a experiência de ser mãe na complexidade total da palavra, eu me dei conta que sou muito mãe em atitudes, com amigos, com alunos (costumo dizer que são os meus filhos crescidos) e sou mãe sim, de minha mãe.
Hoje quando estive com ela, uma tarde a dar a ela mimos, pois hoje não lhe dei presente, lhe dei a minha presença, com qualidade de tempo, de atenção. Passeamos no jardim do hospital, olhamos as flores, conversamos com a recepcionista, com o guarda.
A minha mãe ama flores e quando passamos perto das Hortências que ela tem uma grande paixão (por acaso a companheira de quarto dela, chama-se Hortência, que eu adotei também) sem que eu pudesse interrompê-la, ela arrancou duas flores e olhou para mim com cara de criança que faz arte...não ralhei com ela, aproveitei e coloquei as flores em sua tiara e ela se sentiu bela.
Percebi que cada momento com ela é uma experiência ímpar, pois eu não sei o que ela pensa nesse momento da vida dela, não sei o que sente a cada vez que passeia de cadeira de rodas, quando se depara com as pessoas e a sua conversa sem nexo, termina com um sorriso no rosto.
Eu perdi a parte sensata da minha mãe há alguns anos, pela sua doença, mas aonde quer que eu esteja, não perdi a conexão com ela, pois mesmo quando eu estou viajando, sinto quando ela precisa de mim, e geralmente ligo na hora em que está acontecendo algo.
Mas hoje eu me emocionei muito, pois mesmo na sua fragilidade ela não perdeu a pose. Minha mãe é um exemplo de força, de garra e muito determinada, tenho certeza, que sou a xerox dela.
Cada vez mais as frases estão ficando menores, o assunto não se desenrola, não há sequencia e ela perde a paciência e agora emudece. Hoje tentei contar para ela como foi a minha viagem, mostrei algumas fotos, narrei fatos, das conquistas e dos sabores, mas isso não a fez vibrar, apenas sorriu.
Minha querida mãe, o Universo te escolheu como minha mãe, você me acolheu como parte tua, me ensinou que a vida é uma grande bênção e hoje em sua homenagem do seu dia que é todo dia, mesmo no seu mundo do Alzheimer, és a minha bela mãe.
Tua filha,
Deborah Jazzini
A música que eu ouvi enquanto escrevia esse texto é essa:
Embora eu não tenha a experiência de ser mãe na complexidade total da palavra, eu me dei conta que sou muito mãe em atitudes, com amigos, com alunos (costumo dizer que são os meus filhos crescidos) e sou mãe sim, de minha mãe.
Hoje quando estive com ela, uma tarde a dar a ela mimos, pois hoje não lhe dei presente, lhe dei a minha presença, com qualidade de tempo, de atenção. Passeamos no jardim do hospital, olhamos as flores, conversamos com a recepcionista, com o guarda.
A minha mãe ama flores e quando passamos perto das Hortências que ela tem uma grande paixão (por acaso a companheira de quarto dela, chama-se Hortência, que eu adotei também) sem que eu pudesse interrompê-la, ela arrancou duas flores e olhou para mim com cara de criança que faz arte...não ralhei com ela, aproveitei e coloquei as flores em sua tiara e ela se sentiu bela.
Percebi que cada momento com ela é uma experiência ímpar, pois eu não sei o que ela pensa nesse momento da vida dela, não sei o que sente a cada vez que passeia de cadeira de rodas, quando se depara com as pessoas e a sua conversa sem nexo, termina com um sorriso no rosto.
Eu perdi a parte sensata da minha mãe há alguns anos, pela sua doença, mas aonde quer que eu esteja, não perdi a conexão com ela, pois mesmo quando eu estou viajando, sinto quando ela precisa de mim, e geralmente ligo na hora em que está acontecendo algo.
Mas hoje eu me emocionei muito, pois mesmo na sua fragilidade ela não perdeu a pose. Minha mãe é um exemplo de força, de garra e muito determinada, tenho certeza, que sou a xerox dela.
Cada vez mais as frases estão ficando menores, o assunto não se desenrola, não há sequencia e ela perde a paciência e agora emudece. Hoje tentei contar para ela como foi a minha viagem, mostrei algumas fotos, narrei fatos, das conquistas e dos sabores, mas isso não a fez vibrar, apenas sorriu.
Minha querida mãe, o Universo te escolheu como minha mãe, você me acolheu como parte tua, me ensinou que a vida é uma grande bênção e hoje em sua homenagem do seu dia que é todo dia, mesmo no seu mundo do Alzheimer, és a minha bela mãe.
Tua filha,
Deborah Jazzini
A música que eu ouvi enquanto escrevia esse texto é essa:
Haja o que houver
Eu estou aqui
Haja o que houver
Espero por ti
Volta no vento oh meu amor
Volta depressa por favor
Eu estou aqui
Haja o que houver
Espero por ti
Volta no vento oh meu amor
Volta depressa por favor
Há quanto tempo
Já esqueci
Porque fiquei longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento
Por favor
Eu sei
Quem és pra mim
Já esqueci
Porque fiquei longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento
Por favor
Eu sei
Quem és pra mim
Haja o que houver
Espero por ti
Espero por ti
Há quanto tempo
Já esqueci
Porque fiquei longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento
Por favor
Já esqueci
Porque fiquei longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento
Por favor
Eu sei
Quem és
Pra mim
Quem és
Pra mim
Haja o que houver
Espero por ti
Espero por ti
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