sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Oração Celta


Oração Celta 


Bendito seja o anseio que te trouxe aqui 
e que aviva a tua alma com assombro.
Que tenhas a coragem de acolher o teu anseio eterno.
Que aprecies a companhia crítica e criativa da pergunta 
“Quem sou eu?” 
e que ela ilumine o teu anseio.
Que uma secreta Providência Divina guie o 
teu pensamento e proteja o teu sentimento.
Que a tua mente habite a tua vida com a 
mesma certeza com que teu corpo se integra ao mundo.
Que a sensação de algo ausente amplie a tua vida.
Que a tua alma seja livre como as sempre renovadas ondas do mar.
Que vivas perto do assombro.
Que te integres ao amor com o arrebatamento da Dança.
Que saibas que estás sempre incluído no benévolo círculo de Deus.
Que despertes para o mistério de estar aqui e 
compreendas a silenciosa imensidão da tua presença.
Que tenhas alegria e paz no templo dos teus sentidos.
Que recebas grande encorajamento quando novas fronteiras acenam.
Que respondas ao chamado do teu Dom e 
encontre a coragem para seguir-lhe o caminho.
Que a chama da raiva te liberte da falsidade.
Que o ardor do coração mantenha a tua presença flamejante 
e que a ansiedade jamais te ronde.
Que a tua dignidade exterior reflita uma dignidade interior da alma.
Que tenhas vagar para celebrar os milagres 
silenciosos que não buscam atenção.
Que sejas consolado na simetria secreta da tua alma.
Que sintas cada dia como uma dádiva sagrada 
tecida em torno do cerne do assombro.
Que atendas ao teu anseio de ser livre.
Que as molduras da tua integração sejam suficientemente 
amplas para os sonhos da tua alma.
Que te levantes todos os dias com uma voz de 
bênção murmurando em teu coração que algo de bom te vai acontecer.
Que encontres uma harmonia entre a tua alma e a tua vida.
Que a mansão da tua alma nunca se torne um local assombrado.
Que reconheças o anseio eterno que vive no cerne do tempo.
Que haja benevolência no teu olhar quando contemplares o teu íntimo.
Que nunca coloques muros entre a luz e ti.
Que o teu anjo te liberte das prisões da culpa, medo, decepção e desespero.
Que permitas que a beleza espontânea do mundo 
invisível te recolha, cuide de ti e te inclua na integração.

Texto extraído do livro “Ecos Eternos” de John O’Donohue

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