Hoje os meus pais fariam 52 anos de casados. Bateu uma saudade enorme do meu velhinho, pois já não está mais neste plano.
Os meus pais se conheceram em Santos, no feriado de nove de julho, e foi num baile. O local chamava-se Tranquinha. O casal era conhecido na família, como Ginger e Fred, a sensação dos bailes. E desde então, eles começaram a namorar e durante oito anos ele se preparou para casar com a minha mãe.
E desde pequena, o cantor que mais tocou na minha casa foi Frank Sinatra. Um dia eu perguntei ao meu pai, porque ele gostava tanto do Frank?
Qual não foi a minha surpresa à resposta, que os melhores momentos da vida dele começaram, quando ele conheceu a minha mãe e para perpetuar essa magia do encontro, ele ouvia essa música.
Os anos se passaram e veio a comemoração das bodas de prata. E houve um jantar na minha casa, aonde como sempre houve um delicioso menu, que a minha mãe caprichosamente fez. Não esqueço o Strogonoff dela era imbatível (receita escondida a sete chaves) mas nesse dia foi um Vatapá, com um peixe que se chama namorado, lembro desse detalhe, porque eu fui atrás dele (o peixe) no mercado central.
E em 2008, foram as bodas de ouro. Durante seis meses, ele ficou diariamente falando, para que eu providenciasse uma festa, chamasse os amigos e os familiares, e claro me pediu que eu comprasse novas alianças. Feito. Eu não encontrei um Padre que pudesse fazer uma missa no dia, mas eu consegui que as alianças fossem bentas.
Escrevi um texto contando a história dos dois e a jornada que tiveram. A balada da Terra (meu pai virginiano e com lua em câncer) com o Fogo (minha mãe sagitariana com lua em virgem), que modéstia parte posso dizer que ficou emocionante.
O menu não foi a minha mãe que fez, mas consegui chegar próximo do que para ela significava uma comemoração.
Pena que ele não puderam dançar nesse dia, pois ambos estavam em cadeiras de rodas. A comemoração foi no salão do hospital.
Em homenagem aos meus pais, que me ensinaram que um dos ingredientes de um casamento é a trilha sonora e os bons momentos vividos.
A música que o meu pai cantava para a minha mãe é essa do Cole Porter.
I´ve got you under my skin
Cole Porter
I´ve got you under my skin,
I´ve got you deep in the heart of me,
So deep in my heart, you´re really a part of me.
I´ve got you under my skin.
I tried so not to given in,
I said to myself,
This affair never will go so well?
But why should I tryto resist when,
darling, I know so well
I´ve gou you under my skin.
I´d sacrifice anything, come what might,
for the sake of having you near,
In spite of a warning voice that comes in the night,
And repeats and repeats in my ear;
Don´t you know, little fool, you never can win,
Use your mentality,
Wake up to reality.
But each time I do, just the thought of you
Makes me stop, before I begin,
Cause I´ve got you under my skin.
Um ótimo feriado!
Deborah Jazzini
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