"Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates,
nos bares, levanta os braços, sorri e dispara:
“eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo
e todo mundo é meu também”.
No entanto, passado o efeito do whisky com energético
e dos beijos descompromissados,
os adeptos da geração “tribalista” se
dirigem aos consultórios terapêuticos,
ou alugam os ouvidos do amigo
mais próximo e reclamam de solidão,
ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.
A maioria não quer ser de ninguém,
mas quer que alguém seja seu.
Estes, desconhecem a delícia de assistir
a um filme debaixo das cobertas
num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente,
o prazer de dormir junto abraçado,
roçando os pés sob as cobertas e
a troca de cumplicidade, carinho e amor.
Namorar é algo que vai muito além das cobranças.
É cuidar do outro e ser cuidado por ela,
é telefonar só para dizer bom dia,
ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas,
ter alguém para fazer e receber cafuné,
um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas,
enfim, é ter alguém para amar…
Somos livres para optarmos!
E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém.
É ter coragem, ser autêntico e
se permitir viver um sentimento."
Arnaldo Jabor
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