segunda-feira, 29 de março de 2010

A história de Pessach, por Jane Ribeiro

PESSACH por Jane Ribeiro


Começa no por do sol de segunda feira, dia 29 de março de 2010, a Festa do Pessach, a Páscoa dos judeus como muitos reconhecem esse evento.
E não deixam de ter certa razão aqueles que pensam assim.
Na Páscoa comemoramos a ressurreição de Mestre Jesus, e em Pessach a libertação do povo hebreu, que somos todos nós.
Então vamos relembrar o significado tradicional e o oculto da Festa do Pessach.
Tradicionalmente, a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito é celebrada com muita festa e nessa festa o Seder tem uma grande importância.
O Seder é o jantar do Pessach que segue uma ordem predeterminada.
Esse jantar é compartilhado com a família e amigos, e nele são ingeridos alguns alimentos simbólicos como por ex. o pão ázimo – a matzá como ele é chamado- que é um pão sem fermento para relembrar que na pressa para sair do Egito não houve tempo para deixar o pão crescer e, também, uma erva amarga para relembrar o quão amargo foi o tempo da escravidão.

Os cabalistas vêem um outro lado dessa festa que acontece no 14º dia do mês do Nissan.
Dizem eles que não há nenhuma razão para celebrar tradicionalmente o Pessach como um dia similar ao nosso 7 de setembro, por ex.
Pessach é uma oportunidade, concedida a toda a humanidade, de perceber que podemos atingir a liberdade em nossas vidas individuais.
Somos escravos do nosso ego, dizem os cabalistas, e essa servidão ao nosso ego se materializa sempre na forma de limites como por ex. escassez, doenças, carências, falta, falta, falta... etc. etc. etc.
Pessach é o momento no tempo que nos devolve a oportunidade de saltar para fora de qualquer situação ou condição em que nos encontremos confinados, aprisionados, que nos causam qualquer tipo de limitação.
Para que isso aconteça precisamos remover a força do nosso ego, reconhecendo que é essa força que nos limita, nos faz resistir à paz, a harmonia, a felicidade.
Assim como o pão que é feito com fermento cresce, incha, assim também somos inclinados a inflar nosso ego quando atuamos sem a consciência do que ele faz.
Vamos aproveitar então essa oportunidade para exercitar a nossa libertação pessoal.

Vamos todos, seja qual for nossa religião reconhecer a verdade contida em Pessach como também reconhecer o exemplo de libertação que Mestre Jesus nos deixou.
Vamos comemorar esta Páscoa celebrando a nova consciência que emerge neste tempo, no exemplo maior de Mestre Jesus, vamos celebrar a nossa ressurreição como humanidade, lembrando que estamos vivendo um momento único onde a reconquista da nossa liberdade é uma realidade para todos aqueles que acreditam, verdadeiramente, que são um filho de Deus, e que estão aqui para revelar toda a luz que trazem dentro de si e, revelando essa luz utilizá-la no propósito maior de ser feliz.
Segue, abaixo, algumas considerações sobre Pessach extraídas dos textos elaborados pelo Kabbalah Group.

Feliz Páscoa de Renascimento.

Feliz Pessach de 2010.

Chag Sameach,

Jane Ribeiro


PESSACH


Google Imagens


Diante do poderoso evento de Pessach (Páscoa), cabe a cada pessoa manter a consciência vital da "mente acima da matéria".
Por cerca de 3.400 anos Pessach tem sido tradicionalmente uma celebração da liberdade, enquanto isso, nós da comunidade cabalística tivemos a felicidade de aprender que não estamos preocupados com celebrações de qualquer tipo.
Quando e como pode uma celebração qualquer beneficiar uma parte ou toda a humanidade?
Conseqüentemente passamos a entender o evento de Pessach como um evento no qual o cosmos ajudou os hebreus e o mundo inteiro a libertar-se do caos em suas vidas individuais.
O objetivo foi atingido, pois os hebreus sabiam como superar o imenso poder da "liberdade caótica" que estava e está disponível a partir do início do Rosh Chodesh Nissan ou Áries.
Com a Luz Divina disponível, o resto era simples. Tudo o que era necessário, era a eliminação do desejo de receber somente para si mesmo.
Uma vez preenchido este requisito, a Luz Divina então, encarregar-se-ia do resto, à saber, da "mente acima da matéria".
Uma vez que a humanidade atingisse este nível mais alto de percepção, então o caos ligado à realidade física seria, por sua necessidade, eliminado como um resultado das nossas mentes controlando a realidade material.
Portanto, precisamos nos conscientizar de que devemos estar atentos, ao que deve ser atingido ao capturarmos o evento de liberdade de 3.400 anos atrás.

Saber é a conexão.
Infelizmente, os judeus que não conhecem a interpretação cabalística do Pessach, não somente estão se privando desta oportunidade única, mas também não estão fortalecendo a consciência coletiva que é vitalmente necessária para eliminar permanentemente o caos entre nós.
De qualquer forma, aproveitemos este momento para utilizar os instrumentos contra Satã, que é o coração e a semente do desejo de receber somente para si.
O evento de Pessach é realmente a arma mais poderosa que o Todo Poderoso proporcionou à humanidade para batalhar com o Satan.
Este é o ano para a liberdade e que todos nós aproveitemos.
A Cabala finalmente retornou às suas raízes, nas quais durante o último Purim, o poder do Zohar foi aplicado com sucesso.


A História de Pessach

O Povo Judeu tem sua origem em Avraham, que viveu há cerca de 4.000 anos em Ur, uma cidade antiga às margens do Rio Eufrates, na Baixa Mesopotâmia, numa região cujos habitantes eram idólatras, acreditavam na existência de deuses controlando as diversas forças naturais do mundo.
Avraham foi o primeiro a entender que há apenas um D- us, que criou e controla todo o Universo. Por isso, D-us lhe ordenou que abandonasse sua pátria e fosse para Canaã, a terra destinada a ser a Terra de Israel.
Uma vez que Avraham estava em Canaã, e ainda era conhecido por seu antigo nome, Avram, D-us fez com ele uma aliança: “Seu nome será, então, Avraham... Eu te farei o pai de diversas nações... Eu manterei minha aliança... ao longo dos tempos... para ser seu D-us, e destinarei a Terra para você... você e seus descendentes.” (Gênesis, 15h13min-14).
Além do mais: “Saiba que seus descendentes serão os estrangeiros em terras alheias e serão escravizados e oprimidos por centenas de anos. Mas eu farei o julgamento à nação para a qual eles servirão e, no fim, serão livres, com muita riqueza...” (Gênesis, 15h13min-14).
E, realmente, Abraham foi pai de Yitzhak, cujo filho Yaacov, chamado de Israel, foi pai das famílias que originaram as doze tribos, os Filhos de Israel.
Devido a um período de fome em Canaã, Yaacov e seus filhos vão ao Egito, onde encontram Iossef, seu filho que havia sido vendido por seus irmãos à escravidão e que conquistou glória e poder em terra estrangeira.
No Egito
Devido ao poder e à influência de Iossef, Yaacov e sua família prosperaram no Egito, onde eram tratados com respeito e honra. Entretanto, um novo Faraó sobe ao poder após a morte de Iossef e se sente ameaçado com o crescimento desproporcional da população dos Filhos de Israel. Estes são, então, escravizados e forçados a construir as cidades de Pithom e Kamses, por mais de 200 anos. Entre outras restrições brutais, a pior de todas era a ordem de que todos os bebês homens hebreus deveriam ser jogados no rio logo que nascessem.
Moisés, filho de Amaram e Yocheved, foi salvo, já que sua mãe o colocou num pequeno cesto flutuando no Rio Nilo, e foi encontrado pela filha do Faraó, que o criou no palácio real. Quando Moisés tornou-se adulto, D-us apareceu para ele num “arbusto ardente” e ordenou que libertasse os israelitas e os trouxesse para a Terra de Israel.

A Batalha com o Faraó
O primeiro confronto de Moisés com o Faraó levou a uma piora nas condições dos pobres escravos, que passaram a perder sua confiança em Moisés. O Faraó se recusava, continuamente, a atender aos pedidos de Moises e seu irmão Arão, enviados por D-us para pedir que o Faraó libertasse os hebreus.
Dez pragas foram, então, enviadas por D-us contra o Faraó e seu povo para demonstrar o poder de D-us sobre a natureza. Mas, apenas quando os primogênitos dos egípcios são mortos, o Faraó finalmente concorda em soltar seus escravos.
Baseada na Torá, a Hagadá conta detalhadamente como os escravos choravam para D-us por sua salvação e como estes gritos eram ouvidos. O Êxodo não ocorreu, entretanto, sem que os escravos passassem por uma transformação psicológica. Eles deveriam fazer uma oferenda de um cordeiro — uma divindade para os egípcios — para seu D-us, sob os olhos dos egípcios. Os israelitas deveriam passar o sangue do cordeiro nos batentes de suas portas, para que o “anjo da morte” “passasse sobre” (passach) suas casas. Daí o nome da festa – Pessach.
Com suas famílias, os hebreus comeram o cordeiro prontos para partir. Depois da decisão do Faraó, eles se apressaram: não houve nem tempo para seus pães fermentarem. Então, o povo comeu pão não fermentado (matzá).

O Êxodo
Cerca de 600.000 homens filhos de Israel — além das mulheres e crianças — deixaram o Egito. Quando alcançaram as margens do Mar Vermelho, estavam totalmente encurralados quando viram as carruagens do Faraó perseguindo-os. Mas então, miraculosamente, as águas do mar se abriram, e eles atravessaram em terra seca. Quando os egípcios entraram na terra seca entre as águas, no entanto, as águas retornaram ao seu lugar, afogando o Faraó e seus homens.
Chegando ao outro lado, e finalmente livres, os israelitas reconheceram a grandeza do milagre, cantando, juntamente com Moisés, uma canção de louvor: Shirat Haiam – a Música do Mar. O Midrash conta que os anjos também desejaram comemorar, mas D_us não permitiu: “O fruto da minha criação está se afogando no Mar, e vocês querem comemorar?”.
O acordo com Avraham havia sido cumprido. Agora que a liberdade física havia sido atingida, faltava aos Filhos de Israel marcharem para a liberdade espiritual e para a Terra de Israel.

A Jornada para a Terra Prometida
A mentalidade escrava ainda prevalecia entre os Filhos de Israel, e a jornada até a Terra de Israel foi cheia de reclamações e desconfiança por parte do povo, que algumas vezes quis retornar ao Egito e até mesmo chegou a construir um bezerro de ouro para adorar. Ainda assim, o Povo de Israel recebeu e aceitou a Torá no Monte Sinai, com fidelidade e lealdade, dizendo: “Faremos e ouviremos”. A caminhada levou cerca de 40 anos, até que toda a geração que havia passado pelo Egito fosse substituída por uma geração mais preparada para viver em liberdade, em sua própria terra.

Um comentário:

  1. Olá Jane, felicito-a pelo texto publicado sobre os Judeus. Alguém, em Portugal, copiou o seu texto e assinou-o. É lamentável que continue a haver gente a aproveitar-se da investigação dos outros.Abraço amigo de LB

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